A linguagem tecnológica, computacional reduz tudo a números. É uma linguagem que consiste apenas em perguntas e expressões para responder "sim" ou "não".
Pelo contrário, a linguagem natural e, sobretudo, a linguagem poética instauram sempre a desordem. Por isso, constitui uma tarefa urgente, tanto para a poesia como para a vida, aprender a descontaminar a escrita e a existência do processo viral que tudo converte em valores numéricos. No fundo, é a batalha da poesia e da vida contra a tecnologia, contra o cálculo, contra a finança. No fundo, é a batalha da liberdade contra o controle e a castração.
Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
quarta-feira, 31 de julho de 2019
NOTÍCIAS RESSUSCITADAS
Há
notícias que passam aí pelo espaço mediático como cão por vinha
vindimada. E não se julgue que por serem desinteressantes! Muito
pelo contrário! Não interessam é aos senhores do capital e da
guerra. E os seus agentes, tentam matá-las logo à nascença, não
as divulgando. Foi o que aconteceu com a que trazemos aqui hoje aos
nossos leitores.
O
Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), entregou em
6/7/18 na Assembleia da República, a petição “Pela Paz, Pela
segurança, Pelo Futuro da Humanidade- Pela Assinatura por parte de
Portugal do Tratado de Proibição de Armas Nucleares” com 13.420
assinaturas. A referida petição foi discutida na AR no passado dia
2, tendo o PCP, PEV, BE e o PAN, recomendado ao Governo que
ratifique o Tratado de Proibição de Armas Nucleares, adotado pela
ONU em 2017. Os 4 projetos de resolução, foram chumbados com os
votos do PS, PSD e CDS.
Dizer
que o referido tratado foi aprovado na Assembleia Geral da ONU com
122 votos a favor, nos quais não constaram os dos países detentores
de tais armas, nem os membros da NATO. Aqui chegados, põe-se a
questão da soberania nacional. É que a Constituição da República
Portuguesa é pela paz. Constando mesmo no seu artigo 7º, a abolição
de todos os blocos político-militares. Mas, como se constata, para
os partidos do centrão, a NATO e quem manda nela, os EUA, falam mais
alto! Mesmo sendo importantíssimo que cada vez mais países
ratifiquem tão importante documento, e estando em causa , a paz
mundial e o futuro da humanidade.
Aos
nossos prezados leitores, boas férias!
Francisco
Ramalho
Publicado na edição de ontem, 30/7, do jornal "O Setubalense"
A Gola
- Anda tudo a falar à gola uns dos outros sobre determinado equipamento de protecção contra um pequeno alegado perigo. Eu que ando o ano todo, faça sol muito quente, ou chuva de gelar artérias, com uma camisa feita de 70% de poliester e o resto de algodão, sujeito a queimadelas de grau elevado, causado pela gola da camisa, nunca ninguém quis saber do perigo que corro. Não há um jornal nem Tv que faça notícia do meu vestuário, abertura, continuidade e até ao fecho, de tal equipamento, que adquiri sem concurso público mas de acordo com o rendimento de que disponho. Incessantemente, os fracos mídia que intoxicam - tal como as minhas peúgas acrílicas que uso, que até afugentam os cães mal as cheiram, e provocam enjoo na comunidade - e empurram os portugueses para a mediocridade dos assuntos, e quase disputam a taça do fraquejo noticioso, fazem do caso da "gola de protecção", um caso de importância histórica e de salvação nacional. Parece que tais redactores de informações não têm assunto mais relevante para relatar. Podiam meter-se a caminho e verificar em que fogo vivem os reformados, e de que modo eles apagam a fome que lavra nas suas casas, e nos farrapos que vestem e que não os protege de coisa alguma. Que lutam e vivem dia-a-dia sem qualquer chama que os conforte. No entanto o assunto que faz capa e tenta derrubar qualquer acção ou medida governamental, é o que importa. O crime organizado, a corrupção generalizada, o compadrio autárquico, os afilhados empregados em detrimento dos mais capacitados, das admissões por favor nos lugares da administração pública, dos ex militares que combateram nas ex colónias e que nunca foram ressarcidos nem sequer arranjaram emprego e tiveram que emigrar, deste rol imenso e do omitido, os mídia não querem saber. Apenas se insurgem contra as golas, e não contra quem nos aperta o pescoço e nos asfixia. Eu que ando todos os dias com uma sintética, sujeito a queimaduras, de mim nem o Ministério da Saúde quer saber e não me subsidia para comprar artigo com tecido melhor e mais protector, ou creme que seja. Vou continuar sem andar à gola de ninguém, como até aos dias de hoje, e nos saldos deste verão capaz de me esfolar de cima a abaixo. Eu que não sou de plástico!
-*(DN.mdrª 31-07)
- *(SÁBADO.08.08-019)
-*(DN.mdrª 31-07)
- *(SÁBADO.08.08-019)
“Geração estrangeira”...
Transcrevo um pouco do que, na sua crónica dominical no JN –
“Cidadania impura” – Valter Hugo Mãe aborda da premente questão da adição dos
jovens aos jogos electrónicos, que a Organização Mundial de Saúde já elencou na
lista dos distúrbios mentais.
“São cada vez mais os casos de jovens completamente
esgotados na fantasia dos jogos virtuais. Irritáveis, profundamente apáticos
aos estímulos da realidade mais evidente, perdurando numa fase lúdica
perfeitamente infantil mesclada com a estranheza perversa de quem, ao mesmo
tempo, passa o dia a matar soldados e invasores espaciais, abatendo naves e
animais lendários que cospem fogo.
Estas crianças tardias demoram na ignorância mas maturam a
percepção da violência e, se julgarem saber alguma coisa, ponderam estratégias
de ataque e de fuga, como se viver fosse uma espectativa clara de guerra e não
exactamente uma oportunidade de paz.
Preocupa-me muito que as famílias, em troco de entreterem os
seus filhos, como se lhes bastassem, como se os fizessem felizes
disponibilizando exactamente o que mais querem, permitam uma dessensibilização
ampla das suas personalidades, ao ponto de, afastados do jogo, se tornarem como
radicalmente estrangeiros, cidadãos de lugar nenhum, desafiados na empatia, desafiados
no reconhecimento das mais elementares regras da convivialidade e construção
social”.
Amândio G. Martins
Deo Gratias, Macedo
A Caixa
Geral de Depósitos (CGD) vive momentos de alguma euforia. Não obstante o ainda fantasmagórico
buraco do malparado, e sem se saber a cor do dinheiro pintado nos quadros do não
menos fantasmagórico Berardo, a CGD passou a ser uma máquina de fazer lucros.
Só no primeiro semestre deste ano, já avocou 282,5 milhões de euros, uma subida
de 46% relativamente ao período homólogo de 2018. Se fingíssemos esquecer as
comissões e taxas que apertam os clientes (muitos dos quais sem alternativa
credível por parte do sector bancário), a contínua redução de trabalhadores
(este ano, já vai em 172, prevendo-se que chegue a 570 empregados), o fecho de
agências (até ver, vá lá, foram só duas), e poderíamos pensar que foi um
milagre esta reviravolta nos resultados da CGD. Quem sabe se Paulo Macedo, às
escondidas dos meios de comunicação social, mandou celebrar missas por aí fora,
a exemplo do que fez em Janeiro de 2007, com a mediática missa de Acção de
Graças a interceder pela Direcção-Geral dos Impostos e pelos seus funcionários?
Público - 03.08.2019 - dolorosamente (para mim) amputado do último período, e com um título completamente insossado.
Público - 03.08.2019 - dolorosamente (para mim) amputado do último período, e com um título completamente insossado.
terça-feira, 30 de julho de 2019
O PÚBLICO NÃO QUER E...» é referência...
(desenhos de Miranda, com mais de 40 anos, mas mantendo a actualidade...)
Plagiando
parte do título de texto recente de Fernando Cardoso Rodrigues, «O PÚBLICO NÃO
QUER E…» é referência…, mas mudando o assunto, para dizer e informar que os
textos aqui colocados no blogue em 17 de Julho, «Vai o capitalismo resolver a
crise climática e ambiental?» e em 27 de Julho, «Ganhar milhões com a doença»,
foram enviados para cartas ao director, mas não mereceram atenção para
publicação, a exemplo de outros e alguns publicados com cortes. A voz e o
ideário do dono falam mais alto.
Também
foram enviados para o Jornal de Notícias. Neste, alguns textos que tenho
enviado têm sido publicados duas ou três semanas depois, e muitas vezes com
cortes e alterações, dando a impressão que são utilizados na formação de
censores… também aqui a voz e o ideário do dono falam mais alto!
UM FILHO DE PRESIDENTE PARA EMBAIXADOR
Atento ao bom
artigo de Lúcia Gomes (Diplomacia MacDonald), edição de 18/07/19, e aos lúcidos
comentários de José Valdigem, que já residiu nas terras brasileiras, e de
Fernando Rodrigues, sobre a pretensão do atual presidente do Brasil de ver seu
filho nomeado embaixador nos Estados Unidos, tenho a dizer que, caso isto
ocorra, será um grande retrocesso na evolução histórica político- administrativa
do país.
Não se trata de
nada ilegal, mas como diz o apóstolo Paulo (I Coríntios, 6:12), nem todas as
coisas lícitas são convenientes. É inaceitável, em regime democrático, a
nomeação de filho de presidente sem notória expressão cultural e experiência diplomática
para a embaixada de uma grande potência internacional.
Importante ressaltar
que, no estágio atual da humanidade, país amigo ainda é utopia, principalmente
em se tratando dos Estados Unidos, com sua tradicional prepotência, que levou a
líder religiosa adventista Helen White a considerá-los, em seu livro o “Grande
Conflito”, como a segunda besta do Apocalipse. O que existe, na realidade, em
termos de intercâmbio entre nações, é uma parceria imposta por interesses recíprocos.
Poderá ser um
fato inédito na história da República brasileira implantada por um golpe
militar chefiado pelo marechal Deodoro, cuja real
intenção era de apenas fulminar o gabinete ministerial presidido por visconde
de Ouro Preto. Teria sido melhor a continuidade da monarquia constitucional
dirigida pelo sábio imperador D. Pedro II, com um certo aprimoramento, nos
moldes britânicos, do já existente sistema parlamentarista.
E assim, caía a
única e verdadeira república da América do Sul, segundo afirmou, na época, um governante
latino-americano. Mais tarde, num rasgo de bom- senso prestigiando a cultura,
nomeou-se o ilustre e liberal monarquista Joaquim Nabuco de Araújo, descendente
de família de ascendência portuguesa, fiel amigo do imperador e destacado
batalhador pela abolição de escravatura no Brasil, com prévia adoção de um novo
sistema agrário, para a embaixada em Washington. Ao assumir o cargo, disse que
o aceitava sem adesão ao regime republicano, mas por amor à pátria.
Foi, sem
dúvida, um grande ato do presidente Rodrigues Alves (1905). Afinal, república não
é coisa nossa, mas coisa pública, como a própria língua latina expressa (RES
PUBLICA).
Vivaldo Jorge de Araújo,
ex-professor de História e Língua Portuguesa do Lyceu de Goiânia, é escritor e
procurador de justiça aposentado do Ministério Público do Estado de Goiás,
Brasil.
Conduta inapropriada...
...Parece-me expressão demasiado branda para classificar os
comportamentos exibidos por um marmanjo com cerca de 40 anos, chamado Ugo
Strada, com jovens de ambos os sexos, parte deles menores de idade, para com
isso ganhar dinheiro; é frequente a gente
confrontar-se com reguilas desta espécie, que não sabem ou não querem
saber de limites quando interagem com os
outros, muito mais grave quando são menores.
De facto, se o indivíduo tem o desplante de filmar a entrada
numa casa de banho, com uma joven sentada na sanita, a quem se ouve nitidamente
dizer que ainda se estava a limpar, ao que ele não liga a mínima, indo
importunar a rapariga naqueles preparos, não deve ser boa coisa o que motiva o
sujeito a publicitar um tão grande descaramento e falta de respeito.
Parece que a conta do chamado “Team Strada” no YouTube já foi encerrada, e há queixa na
PGR para que se investiguem as actividades do habilidoso que, segundo se lê no
JN, já repudiou as acusações que lhe são dirigidas, mas aquilo que exibiu quer
dizer aquilo mesmo, por muitas cambalhotas que agora lhe convenha dar...
Amândio G. Martins
segunda-feira, 29 de julho de 2019
O "falar" da moda
Os portugueses, a cada dia que passa, estão a ficar mais inteligentes. Não sei se se deve a Jorge Jesus depois de este ter escolhido o Brasil para exercitar a língua pátria, e mais ao seu alcance e jeito, ao mesmo tempo que arrisca experimentar um novo Alcochete. O certo é que os portugueses já sabem dizer de trás para a frente, assertivo - adjectivo que aplicam sem dó nem piedade e tantas as vezes quantas as ignoradas. Mas não contentes nem satisfeitos com este palavreado, juntam-lhe o moderníssimo substantivo masculino - evento. É de homem. Agora mal se ouvem os transeuntes, que os media interrogam na calçada sobre qualquer nada, logo o erudito paisano emprega estas duas palavras com o ar mais fino, de modo a que lhe possa dar um estatuto social elevado. Na actualidade, quem não souber empregar, assertivo e evento, escusa de pensar em entrar na elite dos bem falantes e grandes comunicadores para imprensa que os apanhe à ida e vinda da praia, espectáculo rockeiro, saída do mercado pechisbeque e afins. Português que se preze, tem que verbalizar e repetir, termos que impressionem, mesmo que ignore o significado e não os empregue com propriedade e propósito. Está na moda esta espécie de parolice. Bem fez Jorge Jesus em por-se a andar para região aonde a língua resulta de qualquer maneira, e onde se diz falar, português. Eu constatando saber existir tanta sabedoria, até me passo. Mas que vai aí um grande “invento” no falar, ai isso vai!
-*(DN.mdrª29.07)
Estrondos inopinados...
...É o que me ocorre dizer acerca do barulho à volta das
malfadadas “golas antifumo”. Porque foram pagas pelo dobro do seu valor real,
com o argumento de que a encomenda pedia urgência e vá de inflaccionar o preço,
e o espectáculo deplorável que ministro e secretário de Estado têm dado, são os aspectos da questão que me parecerem merecer
forte crítica; no mais, tudo não passa de “estrondo inopinado”, frase maquinal
daquele divertido guarda Serôdio, figura de um programa infantil do tempo em
que tinha crianças.
O guarda “Xerôdio”, sempre muito atento a tudo, registava no
caderno das ocorrências qualquer coisinha que o despertasse, até mesmo se, ao
passar junto a uma janela aberta, alguém lá dentro largasse um traque, ou uma
porta batesse com mais força, ele tomava nota daquele “estrondo inopinado”, de
tal forma que, ao ser rendido, só tinha para reportar “estrondos inopinados”.
Vamos lá ver: como habitande de uma aldeia de montanha, rodeada
de floresta, se esta for incendiada, não me compete ir lá para dentro tentar
apagar, o que é exigido do meu empenho cívico é que previna com antecedência
que o fogo me não atinja; imaginemos que o material da polémica preenchia as
condições de resistência ao fogo: um cidadão equipado com aquilo estava livre
de morrer queimado, se fosse apanhado na fogueira?
Assim, as tais “golas antifumo”, se o são mesmo, porque é o
fumo que vai sempre à frente bem para lá
do fogo, não precisam ser antifogo, basta que evitem que a pessoa seja sufocada
e desfaleça, para se poder deslocar para fora da zona de perigo; fazer todo
este barulho, ainda por cima um ano depois de o material ter sido distribuído –
e até o famigerado Marta se diz surpreendido! - devidamente etiquetado das suas características,
sem que tivesse havido fosse o que fosse que o pusesse em causa, parece-me uma demonstração
clara de falta de assunto...
Amândio G. Martins
domingo, 28 de julho de 2019
O PÚBLICO não quer e... "prontos"!
"Não dêem ao PS a maioria absoluta". Foi com este titulo imperativo que Ana Sá Lopes assinou o editorial de ontem no jornal. Que depois desbobina no texto que lhe subjaz. Percebo que um jornal tenha ideário político e, ainda mais, que a isenção/neutralidade seja quase uma utopia, mas...isto?! Tem alguma coisa a ver com jornalismo, usar aquele espaço nobre e de grande difusão? Vou esperar ( sentado?) que o director do diário diga algo. Sem grande esperança, confesso. Mais uma vez: que falta faz um provedor do leitor que... o PÚBLICO nunca mais vai ter!
Fernando Cardoso Rodrigues
Fernando Cardoso Rodrigues
Um que sabe apreciar a qualidade...
Pelas declarações de rendimentos obrigatoriamente
depositadas no Congresso, a grande maioria dos deputados espanhóis são uns
“tesos”, incluindo os actuais líderes partidários; mas deu nas vistas Marcos de
Quinto, ex alto quadro da Coca-Cola, que tinha residência fiscal em Portugal
para beneficiar do nosso programa para estrangeiros, que declarou bens no valor
de cerca de 50 milhões de euros, o que foi dado como o parlamentar mais rico.
Este senhor foi recrutado por Albert Rivera, líder de “Ciudadanos”,
para um lugar no Congresso nas recentes eleições de abril com vista, ao que foi
falado, para futuro ministro das finanças de um governo daquele partido, e
aquela habilidade da residência fiscal no nosso país foi por isso muito
comentada.
Alguém que não morrerá de amores por ele, por essa e por
outras, costuma atacá-lo nas redes sociais, coisa que parece não o preocupar
por aí além, a tal ponto que um dia destes respondeu assim ao seu detractor:
“Quando ao fim do dia chego a casa, abro uma garrafa de “Vale Meão”, e me sirvo
daquela maravilha, é que dou conta de quanto sou feliz de não ser parecido
contigo”.
E a referência àquele nosso “Doc Douro” foi comentada em
tons de certa inveja: “Hombre, Vale “Miau”
es un viño portugués muy costoso! A verdade é que aquela marca de vinhos tem
preços desde 12 aos 295 euros a garrafa, o que não é propriamente para
pobretanas, mas acabaram por ter uma boa
publicidade sem pagar nada...
Amândio G. Martins
sábado, 27 de julho de 2019
Ganhar milhões com a doença !
Como é possível um medicamento custar 2
milhões de dólares (1 milhão e 800 mil euros)?
O
caso recente da bebé Matilde, com uma doença rara, trouxe esta realidade brutal
dum medicamento para tratamento de doença, exclusivamente disponível nos
Estados Unidos da América (EUA), só poder ser adquirido por milionários.
Nos
mesmos EUA, onde um frasco de insulina para tratamento de diabetes passou a custar
1000 dólares, quando no seu vizinho Canadá custa 10 dólares (cem vezes menos),
o que provoca que filas de automóveis de doentes americanos atravessem a
fronteira para adquirir o medicamento de que necessitam, conforme noticiou recentemente
o «Washington Post».
Existe
uma tendência, pelos vistos imparável, de aumento desumano de medicamentos nos
EUA, muitos essenciais para tratamento de doenças graves, crónicas ou para
quimioterapia. Como exemplo, refere-se que entre 2012 e 2016, duplicaram os
preços de medicamentos para a diabetes tipo 1. Outro exemplo, o dum medicamento
para tratar tumores cerebrais (Lomustina), que custava 50 dólares em 2013 e
passou a custar 780 dólares (mais 1500 por cento).
Nos
EUA o serviço de saúde não é público, é um negócio privado, deixando os
americanos doentes por sua conta e risco, obrigando-os na sua luta pela
sobrevivência a recorrer a estratégias, como a de atravessar a fronteira (sem
muro) com o Canadá, para ter acesso a medicamentos de que necessitam.
O
capitalismo não se preocupa com a saúde das pessoas, mas em ganhar milhões com
a doença!
PÚBLICO Sábado, 27 de Julho de 2019
Forças Armadas
Não estamos em tempo de pedir e exigir sempre mais do Estado
— que somos todos nós — em vez de apontar ideias e dar sugestões que venham de
dentro de cada instituição, essencialmente se pública, sem ser sempre e só a aumentar
“custos”, como se tudo fosse ilimitadamente flexível.
Os tempos da guerra colonial e de umas Forças Armadas
enormes já passaram.
Acabou.
Hoje, teremos — em tudo — que “apostar” em muito menor
quantidade e com muitíssimo melhor qualidade.
As Forças Armadas continuam a ter quartéis pelo país para os
quais não há utilização condizente aos mesmos, ou até estão ao abandono.
Têm de ser desactivados e vendidos, com controlo ao cêntimo
das entidades reguladoras competentes, do Tribunal de Contas e de quem mais o
deva e o possa fazer.
E com total transparência.
Devemos manter, ou refazer, a dignidade e o prestígio das
Forças Armadas, pela qualidade, pelo respeito que as mesmas merecem na
sociedade — se para tal cooperarem — com a noção que em democracia o poder
político está acima do poder militar, e no topo está o Presidente da República.
Todas as sinergias possíveis vão ter que forçosamente que acontecer,
para as Forças Armadas ficarem
dimensionadas ao país e ao século XXI, às missões externas e internas que temos
e devemos participar.
A mudança tem que vir de dentro.
Augusto Küttner de Magalhães,
Porto
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