Trumpalhadas, mas...

Trump pode ser o trapalhão que todos sabemos, mas não deixa de pôr todo o seu cuidado no planeamento das estratégias eleitorais, havendo sempre quem coma a papinha que ele prepara cuidadosamente, ao ponto de se normalizarem ideologias que eu pensava estarem há muito erradicadas do mundo civilizado. Por norma, as suas manhas eleitorais passam pela divisão dos americanos, ao contrário do habitual entre todos os políticos de razoabilidade e credibilidade médias, que, mesmo que nem sempre isentos de alguma hipocrisia, dão relevo à unidade nacional. Mais uma vez, o presidente americano, numa prova de que o racismo não é coisa só de “tipos broncos e de cabeça rapada”, elegeu como alvos quatro congressistas não-brancas do Partido Democrata - que fazem a justiça de, sempre que podem, o zurzirem no local próprio - mandando-as para a “terra delas”, como se elas não fossem tão americanas quanto ele. O cafajeste loiro nem se dá ao trabalho de, como alguns dos nomeados por Rui Tavares, se dizerem “anti-racistas, mas”… Com Trump, não é no “mas” que a porca torce o rabo.