“Investidura fallida”...
Jesus Cristo terá dito a Pedro, que lhe jurava amor eterno,
que quando o galo cantasse já o teria negado três vezes, o que, segundo os
textos, veio a verificar-se; assim também Pablo Iglésias, que já havia “negado”
Sánchez na anterior legislatura, somou agora mais duas, ficando claro que não
velerá a pena esperar mais por ele, digo eu, embora em política um leigo seja
surpreendido a cada momento.
Assisti aos discursos que precederam esta nova votação, e
registei o que disse Sánchez, a dado passo do seu discurso:
“Les propusimos la
formula de Portugal, um Gobierno socialista con apoyos externos, pero ustedes
querian entrar en el Gobierno para controlar el Gobierno. Hace falta un
Gobierno coherente y no dos Gobiernos. Usted, señor Iglésias, queria un
Gobierno paralelo a su medida. De que sirve una Izquierda que pierde incluso
cuando gaña?”
Das bancadas da Direita ouviu-se o escabroso do costume, com
Rivera dirigindo-se a Sánchez no seu inqualificável estilo: “Usted y su banda
han tratado España como un botín para repartirse”; e o PP acusando a Esquerda
de “Bochornosa pelea por sillones”. Ora isto, para além de indigno, não
corresponde a nada do que se passou porque, se fosse verdade, Sánchez teria os
votos suficientes.
Fala-se numa possível votação em setembro mas, seja como for,
Sánchez já fica na história da democracia espanhola como o primeiro candidato a
presidente rejeitado duas vezes seguidas, embora também tenha sido a primeira
vez que os votos foram tão divididos nas eleições.
Resultado final: Sim-124; Abs. 67; Não 155. Total de
deputados 350, a que foram deduzidos os 4 deputados catalães que não puderam
votar por estarem presos à espera da
sentença do processo independentista. Para uma maioria absoluta eram precisos
176, mas a soma dos “Sim” com os que se abstiveram, que seriam potenciais “Sim”
se tivesse havido acordo, ultrapassava os votos necessários...
Amândio G. Martins
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