domingo, 28 de julho de 2019

O PÚBLICO não quer e... "prontos"!

"Não dêem ao PS a maioria absoluta". Foi com este titulo imperativo que Ana Sá Lopes assinou o editorial de ontem no jornal. Que depois desbobina no texto que lhe subjaz. Percebo que um jornal tenha ideário político e, ainda mais, que a isenção/neutralidade seja quase uma utopia, mas...isto?! Tem alguma coisa a ver com jornalismo, usar aquele espaço nobre e de grande difusão? Vou esperar ( sentado?) que o director do diário diga algo. Sem grande esperança, confesso. Mais uma vez: que falta faz um provedor do leitor que... o PÚBLICO nunca mais vai ter!

Fernando Cardoso Rodrigues

9 comentários:

  1. Não leio aqui grande problema. Mais ainda por quem é escrito que não quer de certeza um Governo às direitas.
    E de facto se o PS não tiver forma de fazer um Governo sem ajuda mas ficar próximo da situação "limiano", comseguirá governar, com apoio, que não tem que ser fixo, e com algum controlo por parte do Presidente da República. Porque não? E qual o problema do editorial do Público, que a autora até fundamentou?

    ResponderEliminar
  2. A mim pouco me importa quem o escreveu e que pensamento político tem. Nem me importa, no caso vertente que aqui me trouxe, o que o PS quer e mesmo o que eu que gostaria que se passasse. O que não pode é vir num editorial um apelo daqueles pela pena duma responsável do jornal. Fundamentou-o?! Mas isso que interessa, Augusto? Que o esvrevesse num artigo de opinião e, de preferência noutro jornal, e eu ficaria calado. Se ela ou outro director fizesse o mesmo que ASL fez, pedindo ( e mesmo justificando...) maioria para o PS, eu esvreveria exactamenet o mesmo que escrevi!

    ResponderEliminar
  3. Realmente, uma das qualidades de um bom jornalista é ser objectivo e não exprimir opiniões pessoais. Ora, não se tratando de um artigo de opinião, o editorial peca pela falta de objectividade e equidistância partidária (se fosse outro tema qualquer, teria que se basear nos mesmos princípios - objectividade e distanciamento pessoal )

    ResponderEliminar
  4. A meu ver, este assunto desdobra-se em dois.
    Um que é o da opinião expressa por Ana Sá Lopes, que eu partilho completamente. Bem me lembro da vacina que foi para mim a existência das três maiorias absolutas que ASL apontou. Para mim, nunca mais. E a expressão dos seus receios também me convenceu, uma vez que, antes ainda do Editorial, eu próprio já tinha recebido com pouca bonomia as reacções que testemunhei em Eduardo Cabrita.
    Outro é o de essa opinião ter sido plasmada em Editorial do Público. Que viesse a ser publicada noutro local qualquer não levantaria, penso eu, grandes dúvidas a ninguém. Já em editorial, para opinar com convicção, falta-me o conhecimento profundo do Estatuto Editorial e das regras que obrigam internamente os jornalistas e chefias diversas na Redacção. Sei que, ao contrário de outros países, não existe tradição nos jornais portugueses de evidenciarem expressamente a sua orientação, nomeadamente no que concerne a posições relativamente a partidos políticos. Sei, também, que o Público assumiu sempre claramente a defesa dos valores democráticos e outros, repudiando tudo quanto os contrarie, e, neste caso, não sinto qualquer violação desses princípios. De uma coisa, parece-me ter a certeza: ASL não violaria assim tão grosseiramente qualquer das regras que, nas funções de Directora Adjunta, a limitam na escrita dos seus Editoriais, o que me leva a pensar que não extravasou quaisquer limites internos que estejam estabelecidos. Enquanto jornalista, ninguém está impedido de exprimir opiniões pessoais nem obrigado a equidistância partidária ou distanciamento pessoal, sobretudo quando emite opinião. E o Editorial é, claramente, um espaço de opinião, não serve para publicar notícias, essas sim, obrigatoriamente objectivas.

    ResponderEliminar
  5. Tinha uma ideia empírica de que o editorial era uma espécie de resumo/ destaque de algum assunto que o jornal pretendesse sublinhar , e que reflectia a posição do jornal sobre o mesmo.
    De facto é isso mas não só - e o que me ajudou foi um artigo já antigo , precisamente do público, elaborado pelo provedor do leitor na altura :

    Joaquim Vieira -Provedor do leitor
    “Que é um editorial?


    “Na concepção convencional, o editorial é um texto que procura consensualizar uma tomada de posição dos responsáveis de uma publicação acerca de determinado tópico, pelo que se confunde com a opinião do próprio jornal, não sendo pois assinado por quem o escreveu. Essa é a definição genérica do termo "editorial" contida nos dicionários: "Diz-se do artigo de um periódico que é da responsabilidade da direcção e exprime a orientação desse periódico" (Grande Dicionário da Língua Portuguesa, coordenação de José Pedro Machado, 1981); "artigo em que se discute uma questão, apresentando o ponto de vista do jornal, da empresa jornalística ou do redactor-chefe" (Dicionário Houaiss, 2003). É claro que a busca de tal consenso implica uma linguagem relativamente anódina e eventualmente inócua...

    ...Por isso o editorial apresenta-se no Livro de Estilo do PÚBLICO definido de forma algo diferente da dos dicionários: "Texto breve de opinião, claro e incisivo, assinado por um elemento da Direcção editorial".

    Assim sendo, embora continue a concordar que o editorial não deveria ter uma posição tão pessoal sobre um assunto tão polémico como é a política, ao que parece, e salvaguardando o facto de a minha fonte não recente, ASL pode escrever um editorial nestes termos ( continuo a achar que não devia ...)

    ResponderEliminar
  6. Evidentemente que todos que aqui estão a comentar a opinião inicial do Fernando, de tal forma correcta e cordial, e o próprio também, que mais que não seja, vale por isso. Todos aqui habituados a ler o Público desde o início, vamos percebendo como as várias Direcções do mesmo actuam. E no.caso da actual há uma certa vontade de se expressar e opinar, sem ,até ao momento ter passado por cima dos Estatutos do próprio Público. E ser neutro é algo impossível. Ou é -se para não desagradar a ninguém, o que é demitir-se de ter opinião própria. E apesar de a Direcção de um meio de comunicação social dever ter cuidado para não "esticar"demasiado "a corda", já quase o fez contra Marcelo, e não houve qualquer indignação.

    ResponderEliminar
  7. Continuo a pensar que uma boa e justificada controvérsia aqui no blogue, é sempre de saudar. E, neste caso, até estou maias à vontade para o dizer porque a..."perdi". Não vou entrar em coisas laterais que foram aqui aduzidas pelos diversos intervenientes pois isso poderia parecer que estou a "desviar a conversa".
    Nota: para o caso de verem no PÚBLICO uma carta minha, idêntica ao texto que aqui coloquei, ela foi escrita e enviada antes do segundo.

    ResponderEliminar
  8. Tem existido uma evolução nos eleitores, quanto a maioria absolutas: desde 2009 que deixaram de dar a um só partido... e em 2015 não deram a dois partidos.

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.