sábado, 27 de julho de 2019

Ganhar milhões com a doença !



 Como é possível um medicamento custar 2 milhões de dólares (1 milhão e 800 mil euros)?

O caso recente da bebé Matilde, com uma doença rara, trouxe esta realidade brutal dum medicamento para tratamento de doença, exclusivamente disponível nos Estados Unidos da América (EUA), só poder ser adquirido por milionários.

Nos mesmos EUA, onde um frasco de insulina para tratamento de diabetes passou a custar 1000 dólares, quando no seu vizinho Canadá custa 10 dólares (cem vezes menos), o que provoca que filas de automóveis de doentes americanos atravessem a fronteira para adquirir o medicamento de que necessitam, conforme noticiou recentemente o «Washington Post».

Existe uma tendência, pelos vistos imparável, de aumento desumano de medicamentos nos EUA, muitos essenciais para tratamento de doenças graves, crónicas ou para quimioterapia. Como exemplo, refere-se que entre 2012 e 2016, duplicaram os preços de medicamentos para a diabetes tipo 1. Outro exemplo, o dum medicamento para tratar tumores cerebrais (Lomustina), que custava 50 dólares em 2013 e passou a custar 780 dólares (mais 1500 por cento).

Nos EUA o serviço de saúde não é público, é um negócio privado, deixando os americanos doentes por sua conta e risco, obrigando-os na sua luta pela sobrevivência a recorrer a estratégias, como a de atravessar a fronteira (sem muro) com o Canadá, para ter acesso a medicamentos de que necessitam.

O capitalismo não se preocupa com a saúde das pessoas, mas em ganhar milhões com a doença!

2 comentários:

  1. Cá estamos nós de novo. De acordo quanto ao preço dos medicamentos em geral, mas,da minha parte procurando jogar com os dados todos para não retirar a conclusão que, empiricamente, existe no título e na última linha. Sem apelo nem agravo, mesmo que no texto faça um "pot-pourri" conveniente de coisas bem diversas. Só vou contar um episódio que vivi. Há uns trinta anos visitei uma grande empresa produtora de medicamentos em Antuérpia. Entre outros fabricavam a Domperidona e a Loperamida sob os nomes comerciais de Motilium e Imodium, respectivamente. Para os vómitos e para a diarreia, também respectivamente. Hoje fazem parte de qualquer "kit" de viagem, e não só, agora, a maior parte das vezes, sob a forma de genérico. A fábrica, cobrindo uma extensão de terreno enorme, tinha centenas de trabalhadores, a maior parte muito qualificada e tecnologia "às toneladas" e variadíssima. E fiquei a saber que eram necessários, em média, dez mil ensaios para se chegar a uma patente registada!!
    Junto somente que a definição de doença rara ( caso da atrofia espinhal da Matilde) é rigorosamente definida pela prevalência baixa que, no caso da Europa, é de menos de um caso por 2.000 pessoas. O que, como é óbvio, encarece exponencialmente o medicamento ( génico, ainda por cima). Junta isto alguma coisa? Eu penso que sim, o Ernesto imagino que não. E pelo menos o título e a conclusão, da minha parte, não seria tão simplificadamente assertivos, amalgamando situações diversas para retirar uam conclusão que, imagino, já teria antes de começar a escrever.

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  2. Ganhar milhões com a doença... não é só com medicamentos... mais visível para nós, são também os seguros de saúde, os hospitais privados... enfim o negócio... aproveitando o direito e a aspiração à saúde dos seres humanos.

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