sexta-feira, 5 de julho de 2019

O prédio de cortiça com alma!



Portugal está a cada dia que passa, a ficar um "brasil de favela", pela forma indecente, indigna, desumana, como trata as pessoas, a sua gente. Foi o caso da operária da corticeira, entre outros, que a colocou em situação de dar com ela em maluca, e mais recentemente, o caso velho dos moradores do complexo residencial que se ergueu em Viana do Castelo, que foi tratado como um conjunto de barracas coladas ao alto, sem histórias por dentro, nem almas a habitar, mas onde os sonhos se construíram e se multiplicaram durante anos, até que. E até que um número pequeno de residentes, com idade de avós, perante ameaças de despejo e de serem enxotadas a qualquer preço, nos mostrou como se resiste à prepotência, ao quero, mando e posso, com apoio de Leis e Justiça a propósito, fabricadas quase a pedido dos senhores do mundo. No "folhetim" da corticeira, a solução foi encontrada para colocar uma pedra no assunto, sem contudo curar o mal criado pela dor provocada no tempo da incerteza, e a Lei fez Justiça. Mas no complexo caso do "Coutinho" com vista para as águas frias do Minho, encharcaram o processo de medos e de mágoas, que os resistentes residentes e familiares, não mais esquecerão, e as levarão com eles para outro lugar longe, ou até bem mais perto, mas ambos, lugar onde o silêncio invade, ou a nuvem absorve, mas nunca apaga. Não esqueçamos também nós, o que está e vai acontecendo neste país, que cada vez mais se parece com uma lixeira administrativa, a pedir vassourada em quem dela se aproveita e nela se governa. Eles, especuladores e corruptos, podem cair mais depressa que um prédio, que foi castelo, lar, e conforto de pessoas com alma e amor por dentro, a sair pelas janelas viradas ao mar de Viana. "Todo o tempo é feito de mudança", mas no respeito pela vida humana, sem rolhas nem ronhas! *

-*(in DTK-08.07)
-*(revta.SÁBADO.11/07)

                                                   

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