Fixações delirantes...
Impressiona ver a pouca importância que algumas figuras me
atribuem, incapazes de reconhecer as minhas mais que demonstradas qualidades de
poeta e, sobretudo, de jornalista “freelancer”, ao ponto de quererem gozar comigo, por causa
da minha capacidade de produção e do meu gosto por lhes impingir de qualquer
forma a minha pujante figura; é que eu, que tenho um nome a defender, não posso
dormir em serviço, mas aqueles invejosos, que é o que eles realmente são, estão
sempre a querer que lhes explique o que quis dizer, só porque não percebem o
meu estilo apimbalhado.
São gente para lá de medíocre, gente que não aspira à celebridade, enquanto
eu tudo faço e farei para atingir esse objectico de vida; e até já sou 4º
secretário de uma IPSS, já fui publicado, num só dia, em todos os jornais que
por cá se publicam, ainda tiro tempo para dedicar à minha produção de ambrosia,
sou convidado especial do Festival de Poesia de Rilhafoles - apesar de uns
quantos poetastros se rirem dos meus versos e o júri das “Quadras de S. João”
nunca me ter concedido nem uma menção honrosa - já fui a um concurso televisivo, para o que convidei todos para sintonizarem comigo àquela hora e, embora a minha prestação tenha sido para lá de indigente, corrido à primeira pergunta, ter lá estado é que já ninguém me tira.
Sei que a minha diferença daquele famoso “emplastro”, que se
estica todo para que as câmaras televisivas lhe captem a carantonha, não é
muita, mas é que eu sou uma figura com justificadas pretensões à imortalidade, já com
obra feita, embora me esteja a ser injustamente negado reconhecimento – até uma
mísera medalhita me tem sido negada,
mesmo que simbólica, integrado no colectivo dos excombatentes - enquanto ele
não passa de um pobre diabo...
Amândio G. Martins
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