sábado, 6 de julho de 2019


PÚBLICO Sábado, 6 de Julho de 2019

Lisboa e o resto

Como seria expectável, o problema das urgências nas diversas maternidades de Lisboa não passou a ser escalonado por noites alternadas, mas ficou resolvido em pleno em todas e cada uma.
Isto era o que desde o início se percebia que iria ter de acontecer, dado que não estávamos a falar no “resto” do país, estávamos “em” Lisboa, na corte, na centralidade.
 E, previsivelmente, quanto a isto, nem as esquerdas mais às esquerdas, sempre aos berros em defesa do SNS e recorrendo quiçá um pouco exageradamente a António Arnaut — que fez o que tão bem fez pelo país, todo —, se pronunciaram, dado que o Parlamento e as senhoras deputadas e os senhores deputados também estão em Lisboa, na capital.
Assim, contratam-se mais médicos para Lisboa, abrem-se todas as urgências em simultâneo e não se fecha uma única maternidade nem a MAC, como bem quis António Campos Correia, que quando foi ministro da Saúde fechou maternidades pelo resto do país.
 Encravou em Lisboa!
Lisboa é “o caso” à parte, Lisboa é onde está todo o poder central e onde tudo se decide, e mau seria se não se decidisse para Lisboa primeiro e para o “resto” do país depois.
No Porto — que não é Lisboa, mas também ainda não é o Portugal recôndito e quase esquecido —, as urgências nocturnas de especialidades estão escalonadas há vários anos pelos dois maiores hospitais da cidade, que recebem doentes de todo o Norte do nosso país.
E não há problemas e funciona, podia ser melhor, por certo que sim, mas resulta.
Contudo, Lisboa é Lisboa. Sempre assim foi e sempre assim será. (...)
A. Küttner de Magalhães, Porto

2 comentários:

  1. Já vem de longe a expressão : “ Lisboa é capital, o resto ... “
    Sem grandes surpresas, infelizmente 🤔

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  2. A expressão talvez não tão conhecido. A realidade é inegável. ..excepto em Lisboa.

    Nunca tendo pensado em tanto insistir nisto. Mas os factos são por demasiado evidentes . E nada os faz mudar. Nada.

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