quinta-feira, 11 de julho de 2019


Como valorar o que não tem preço?...


A revista “Fortune” de julho, num trabalho de 9 páginas da autoria de Mary Pilon, escalpeliza o que foi a tragédia pessoal de muitas meninas, abusadas por Larry Nassar, que prestava assistência médica na Universidade de Michigan e à selecção de Ginástica Olímpica dos Estados Unidos, valendo-se da função que lhe facilitava o acesso aos seus corpos.

Resolvida a questão da condenação do homem, que admitiu tudo e vai passar o resto da vida na cadeia, seguiu-se a dolorosa discussão para determinar as indmnizações às vítimas, obrigando-as a repetir as descrições do que sofreram, com o objectivo de lhe pôr um “preço”, mas criando outro tipo de problemas, que as levava a questionar-se que destino correcto dar a uma quantia recebida por algo que não tem preço, levando uma das primeiras vítimas, Rachael Denhollander, hoje advogada, a deixar esta interrogação, no final do seu depoimento: “How much is a little girl worth”?

Outra moça, Morgan McCaul, que foi das vítimas mais recentes e ainda estuda declarou, acerca do dinheiro que lhe foi atribuído, que vive com imensa ansiedade, perguntando-se se será ético deitar a mão a um cheque por algo que nunca pode ser quantificado; Donna Markham´s, cuja filha, Chelsey, se suicidou depois de um calvário de drogas diz: “You can´t put a price on a human life”; outra moça diz: “There is a complete refusal to admit what went wrong and to deal with it”...


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Realmente há coisas que não têm preço, e memórias que nada no mundo apaga por completo 😢

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  2. Esta é das situações em que "o metal é mesmo... vil".

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