Difícil investidura...
Vi parte do debate e votação em que Pedro Sánchez tentava a investidura, e
aconteceu o que já quase todos esperavam, ficando a decisão adiada por 48
horas, dada a diferença de pontos de vista quanto ao que deve ser a
participação de “Podemos” no Governo, que Sánchez quer controlar por completo,
afirmando que não pode haver ministros do PSOE e ministros de UP, mas ministros
e ministras de Espanha, o que faz todo o sentido, porque a tendência do pequeno
partido será tentar afirmar-se como motor e “fiscal” da governação.
E a porta-voz dos socialistas, Adriana Lastra, num discurso
notável, foi muito clara quando disse que “No necesitamos de un guardian de la
Izquierda, lo que necesitamos son socios leales”, lembrando aos de “Podemos”que
terão de se habituar a deixar o discurso sectário, ao contrário do que fizeram
na fase anterior, “a la portuguesa”, em que, ajudando os socialistas a fazer
passar medidas importantes, depois as reivindicaram como sendo suas, como
aconteceu quando contribuíram para que o salário mínimo passasse para 900
euros, abusando do argumento em campanha eleitoral, aliás, como também acontece
por cá...
Era seguro que as direitas nem se absteriam, como sempre
afirmaram, mas não se esperavam as “indecências” de Albert Rivera, Inês
Arrimadas e Álvarez de Toledo, catalogando Pedro Sánchez de chefe de um bando
que vai tentar destruír Espanha, coisa que eles tudo farão para impedir; assim,
a coisa ficou adiada até ao dia 15, para nova votação, para o que os
socialistas tentarão limar arestas com “Podemos”,
“Juntos por Catalunha” e “Esquerda Republicana”, para que Sánchez seja
finalmente investido presidente do
Governo.
E a propósito desta difícil “contenda”, ocorrem-me as palavras
ouvidas há dias a uma figura notável de fora da política, Henrique San
Francisco, aquando do recente lançamento de um livro, numa entrevista a
Cristina Pardo, no canal “La Sexta”:
“Los españoles no hemos perdido el sentido del humor, pero
estamos más tristes. Los políticos manejan un idioma donde hablan mucho pero
nunca dicen nada; no quieren nada a su país, lo unico que quierem es el poder. Yo
me cabreo tanto que ya ni pongo el telediário”.
Amândio G. Martins
Realmente a coisa politica espanhola está difícil mas... não concordo nada com a posição de Henrique San Francisco quando diz que não ouve o "telediário". Mais ainda quando tem "púlpito" onde o dizer... Felizmente que o Amândio Martins e eu, vemos o nosso equivalente telejornal apesar de, pelo menos eu, só irmos analisando o mundo neste cantinho. E votando, nunca abstendo-me!
ResponderEliminarTambém posso afirmar com verdade que nunca me abstive, e já tive de viajar mais de cem quilómetros para poder votar, quando mudei de residência e não estava inscrito nos cadernos na nova localidade; quanto a ver o telejornal, depende de como começam, porque sendo suposto abrirem com o mais importante do dia, se o que me apresentam não passa de banalidade, zarpo logo...
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