Momento político complicado...
Vi na íntegra a entrevista que o presidente do governo
espanhol em funções deu a António Garcia Ferreras, no programa “Al rojo vivo”, no
canal “La Sexta”, e todos os comentadores que se seguiram no programa foram
unânimes que mais claro Sánchez não podia ter sido, quanto às razões por que
não pode aceitar Pablo Iglésias no governo, embora aceite figuras independentes
ligadas ao “Podemos”, desde que de reconhecida capacidade e idoneidade.
Sánchez não confia em Iglésias e justificou porquê, dizendo que dois líderes de dois partidos com
tantas discrepâncias no mesmo governo dificilmente poderiam fazer um bom
trabalho por Espanha, tanto mais que Iglésias afirmou várias vezes, perante os
seus militantes, que a única forma de poder pôr em prática as políticas que
querem é estar no Conselho de Ministros.
Com toda a Direita a garantir que não apoiará Sánchez, mas não tendo votos
suficientes para fazer maioria, o líder do PSOE apela à sua responsabilidade,
sem o que novas eleições serão inevitáveis, coisa que pouca gente aprova, dizendo
que é brincar com o eleitor; nas palavras de Felipe Gonzalez, é como dizer aos
eleitores: “Tomem lá novas eleiçoes, para que aprendam a dar maioria suficiente
a um só partido”!
E é curioso que a Direita, que intima Pedro Sánchez a
entender-se com aqueles com quem derrubou Rajoy, que realmente somam votos
suficientes, ao mesmo tempo acusam Sánchez de conluio com comunistas, golpistas
e terroristas, referindo-se a “Podemos”, catalães e bascos, a quem teria de recorrer; e chamar aquilo tudo
a partidos que, se têm assento no Congresso, é porque cumpriram as regras
democráticas constitucionais, é coisa também muito difícil de entender...
Amândio G. Martins
Cheira-me que vai surgir uma “ paelha” muito agitada - versão espanhola de “ geringonça?
ResponderEliminarEstá realmnte um "bico d´obra", a Espanha política!
ResponderEliminarSempre que se pôs a questão da solução "a la portuguesa", "Podemos" respondeu que isso já tiveram, que foi o Governo que seguiu à "moção de censura", que eles apoiaram sem exigir fazer parte; agora querem mesmo que o novo Governo tenha mimistros seus, para o que Iglésias já renunciou a fazer parte, que era a principal preocupação de Sánchez; mas irão surgir certamente outros escolhos, porque não há ali experiência de governos de coligação, que nunca houve...
ResponderEliminar