sexta-feira, 19 de julho de 2019


Momento político complicado...


Vi na íntegra a entrevista que o presidente do governo espanhol em funções deu a António Garcia Ferreras, no programa “Al rojo vivo”, no canal “La Sexta”, e todos os comentadores que se seguiram no programa foram unânimes que mais claro Sánchez não podia ter sido, quanto às razões por que não pode aceitar Pablo Iglésias no governo, embora aceite figuras independentes ligadas ao “Podemos”, desde que de reconhecida capacidade e idoneidade.

Sánchez não confia em Iglésias e justificou porquê,  dizendo que dois líderes de dois partidos com tantas discrepâncias no mesmo governo dificilmente poderiam fazer um bom trabalho por Espanha, tanto mais que Iglésias afirmou várias vezes, perante os seus militantes, que a única forma de poder pôr em prática as políticas que querem é estar no Conselho de Ministros.

Com toda a Direita a garantir  que não apoiará Sánchez, mas não tendo votos suficientes para fazer maioria, o líder do PSOE apela à sua responsabilidade, sem o que novas eleições serão inevitáveis, coisa que pouca gente aprova, dizendo que é brincar com o eleitor; nas palavras de Felipe Gonzalez, é como dizer aos eleitores: “Tomem lá novas eleiçoes, para que aprendam a dar maioria suficiente a um só partido”!

E é curioso que a Direita, que intima Pedro Sánchez a entender-se com aqueles com quem derrubou Rajoy, que realmente somam votos suficientes, ao mesmo tempo acusam Sánchez de conluio com comunistas, golpistas e terroristas, referindo-se a “Podemos”, catalães e bascos,  a quem teria de recorrer; e chamar aquilo tudo a partidos que, se têm assento no Congresso, é porque cumpriram as regras democráticas constitucionais, é coisa também muito difícil de entender...


Amândio G. Martins




3 comentários:

  1. Cheira-me que vai surgir uma “ paelha” muito agitada - versão espanhola de “ geringonça?

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  2. Está realmnte um "bico d´obra", a Espanha política!

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  3. Sempre que se pôs a questão da solução "a la portuguesa", "Podemos" respondeu que isso já tiveram, que foi o Governo que seguiu à "moção de censura", que eles apoiaram sem exigir fazer parte; agora querem mesmo que o novo Governo tenha mimistros seus, para o que Iglésias já renunciou a fazer parte, que era a principal preocupação de Sánchez; mas irão surgir certamente outros escolhos, porque não há ali experiência de governos de coligação, que nunca houve...

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