Estrondos inopinados...
...É o que me ocorre dizer acerca do barulho à volta das
malfadadas “golas antifumo”. Porque foram pagas pelo dobro do seu valor real,
com o argumento de que a encomenda pedia urgência e vá de inflaccionar o preço,
e o espectáculo deplorável que ministro e secretário de Estado têm dado, são os aspectos da questão que me parecerem merecer
forte crítica; no mais, tudo não passa de “estrondo inopinado”, frase maquinal
daquele divertido guarda Serôdio, figura de um programa infantil do tempo em
que tinha crianças.
O guarda “Xerôdio”, sempre muito atento a tudo, registava no
caderno das ocorrências qualquer coisinha que o despertasse, até mesmo se, ao
passar junto a uma janela aberta, alguém lá dentro largasse um traque, ou uma
porta batesse com mais força, ele tomava nota daquele “estrondo inopinado”, de
tal forma que, ao ser rendido, só tinha para reportar “estrondos inopinados”.
Vamos lá ver: como habitande de uma aldeia de montanha, rodeada
de floresta, se esta for incendiada, não me compete ir lá para dentro tentar
apagar, o que é exigido do meu empenho cívico é que previna com antecedência
que o fogo me não atinja; imaginemos que o material da polémica preenchia as
condições de resistência ao fogo: um cidadão equipado com aquilo estava livre
de morrer queimado, se fosse apanhado na fogueira?
Assim, as tais “golas antifumo”, se o são mesmo, porque é o
fumo que vai sempre à frente bem para lá
do fogo, não precisam ser antifogo, basta que evitem que a pessoa seja sufocada
e desfaleça, para se poder deslocar para fora da zona de perigo; fazer todo
este barulho, ainda por cima um ano depois de o material ter sido distribuído –
e até o famigerado Marta se diz surpreendido! - devidamente etiquetado das suas características,
sem que tivesse havido fosse o que fosse que o pusesse em causa, parece-me uma demonstração
clara de falta de assunto...
Amândio G. Martins
Certamente a ter em conta isso que diz sobre as características das golas.
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