A
partir da carta Régia de 1721 editada pelo Rei D. João V, os bandeirantes que
adentraram à região central do Brasil passaram a ter grande autoridade, com
amplos poderes administrativos sobre as povoações que foram surgindo, inclusive
com prerrogativas de celebração de contratos de aforamento de terras.
Era a
desenfreada busca de ouro e de pedras preciosas para atendimento dos
interesses do reino português, o que,
apesar dos desmandos causadores de mortes e escravização de povos indígenas,
propiciou o nascimento de cidades e alargou os domínios territoriais de Portugal
limitados pelo Tratado de Tordesilhas chancelado pelo papa Alexandre VI, e,
consequentemente, fez com que o Brasil se tornasse, mais tarde, um País grande,
embora ainda não seja um grande País, em virtude de fatores de ordem política,
econômica e social, mas futuramente o será, até mesmo na órbita espiritual,
como já dito num livro profético “ Coração do Mundo e Pátria do Evangelho”.
Bem
antes de ser edificada Brasília, no planalto central, dentro do Estado de
Goiás, São João Bosco já havia profetizado o nascimento desta grande cidade
construída pelo grande presidente e estadista Juscelino Kubitscheck.
O Estado de Goiás, no coração do Brasil, que
abrigou a nova capital brasileira, antes, no ano de 1933, construíra Goiânia, para
sua nova sede administrativa. O nome dado a esta capital, por sugestão do
professor Alfredo de Castro, advém da adaptação da escrita e do som do título
do livro “Goyania”, publicado em 1896 na cidade do Porto, em Portugal, de
autoria do baiano Manuel Lopes de Carvalho
Ramos. Foi o primeiro livro publicado com temática voltada para o estado de
Goiás, exaltando a natureza, o povo e a cultura goiana.
A
antiga capital, cidade de Goiás, atualmente tombada como patrimônio histórico
da humanidade, teve origem com o nome de Arraial de Santana, em 26 de Julho de
1727, numa homenagem do fundador, o Bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva
Filho, ao dia consagrado à senhora Sant’ana, que se tornou a padroeira do Estado
de Goiás.
O arraial passou a
Vila Boa, lembrando o patronímico Bueno do Bandeirante (bom em espanhol) e,
neste 26 de Julho, comemora 292 anos, com realização de grandes solenidades
inclusive a tradicional instalação do governo, através da transferência
simbólica da capital, a título de resgate histórico.
Na década de 1970, em Goiânia, referindo-se
ao Estado de Goiás e à fundação da sua antiga Capital, o conhecido pensador
espírita Francisco Candido Xavier, dotado de faculdades paranormais, escreveu,
durante um transe metapsíquico diante das câmeras da televisão Anhanguera, um
belo poema, cuja autoria foi atribuída ao poeta, historiador, escritor e
deputado Antônio Americano do Brasil, falecido em 1932, onde aparece até mesmo
a sua assinatura com acentuada semelhança à que sempre usou durante a
existência.
Tal fenômeno conhecido como psicografia, na
concepção espirita, é tido pelo padre Jesuíta Quevedo como um fato de natureza
parapsicológica. No ano de 1926, nas cidades austríacas de Graz e Braunau, onde
nasceu o desastrado líder nazista Adolfo Hitler, vários padres Jesuítas,
inclusive o brasileiro descendente de alemães , Huberto Rohden internacionalmente
conhecido, e o português Raul Machado, fizeram grandes pesquisas nesta área com
a médium Maria Silbert, de formação católica , que frequentava a sociedade de
assuntos metapsíquicos em Londres, e
concluíram existir algo muito importante na força do subconsciente do ser
humano capaz de grandes prodígios.
Os ilustres pesquisadores,
secretamente, escreveram o primeiro verso de os “Os Lusíadas” num papel, a
seguir posto por eles em um envelope, que foi lacrado. Perguntada sobre o seu
conteúdo, respondeu a médium: Está escrito—“As
armas e os barões assinalados”.
Seja
como for, comunicação espiritual, força do subconsciente ou algum dos dons, que
o próprio apóstolo Paulo enumera na primeira carta aos Coríntios (C.12, vv.
4-11), nenhum poeta é capaz no improviso de uma entrevista diante das câmeras
de televisão, escrever um majestoso soneto de versos alexandrinos (12 silabas,
com acentuação tônica predominando na 6º e 12º).
Bernardo
Ellis, o maior escritor goiano que foi membro da Academia Brasileira de Letras,
radical descrente em comunicações espirituais, afirmou que o poema tinha o
estilo e as características de Americano do Brasil, até mesmo quanto ao
desempenho da arte literária da poesia, que não era tão primorosa como na
atividade em prosa, ou seja: ótimo prosador e não muito bom poeta.
Eis
o soneto Goyaz, escrito na grafia primitiva com “Y” e “Z”.
Contemplo-te Goyaz, na fé que te abençoa! ...
Lembro Manoel Correia, o império dos Goyazes,
Os dois Batholomeus nos prodígios que fazes,
O arraial de Sant’anna erguendo a Vila Boa! ...
Cresce a vida a brilhar no tempo que se escoa...
Descortinas, por fim, as riquezas que trazes,
E a civilização, com teus filhos audazes,
Conquista nova altura em que se aperfeiçoa! ...
Venho sorver-te a paz, na vastidão florida,
Bendizer-te, Goyaz, terra de minha vida,
No amor com que te exalço o trabalho fecundo! ...
No planalto feliz, onde a luz se te expande,
Guardas o coração do Brasil nobre e grande,
A Nação do Evangelho e Coração do Mundo! ...
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