sexta-feira, 26 de julho de 2019

Poeta lembra, no além, surgimento de cidade na região central do Brasil durante o Reino português


      A partir da carta Régia de 1721 editada pelo Rei D. João V, os bandeirantes que adentraram à região central do Brasil passaram a ter grande autoridade, com amplos poderes administrativos sobre as povoações que foram surgindo, inclusive com prerrogativas de celebração de contratos de aforamento de terras.
      
     Era a desenfreada busca de ouro e de pedras preciosas para atendimento dos interesses  do reino português, o que, apesar dos desmandos causadores de mortes e escravização de povos indígenas, propiciou o nascimento de cidades e alargou os domínios territoriais de Portugal limitados pelo Tratado de Tordesilhas chancelado pelo papa Alexandre VI, e, consequentemente, fez com que o Brasil se tornasse, mais tarde, um País grande, embora ainda não seja um grande País, em virtude de fatores de ordem política, econômica e social, mas futuramente o será, até mesmo na órbita espiritual, como já dito num livro profético “ Coração do Mundo e Pátria do Evangelho”.
      
      Bem antes de ser edificada Brasília, no planalto central, dentro do Estado de Goiás, São João Bosco já havia profetizado o nascimento desta grande cidade construída pelo grande presidente e estadista Juscelino Kubitscheck. 

      O Estado de Goiás, no coração do Brasil, que abrigou a nova capital brasileira, antes, no ano de 1933, construíra Goiânia, para sua nova sede administrativa. O nome dado a esta capital, por sugestão do professor Alfredo de Castro, advém da adaptação da escrita e do som do título do livro “Goyania”, publicado em 1896 na cidade do Porto, em Portugal, de autoria do baiano Manuel Lopes de Carvalho Ramos. Foi o primeiro livro publicado com temática voltada para o estado de Goiás, exaltando a natureza, o povo e a cultura goiana.

        A antiga capital, cidade de Goiás, atualmente tombada como patrimônio histórico da humanidade, teve origem com o nome de Arraial de Santana, em 26 de Julho de 1727, numa homenagem do fundador, o Bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva Filho, ao dia consagrado à senhora Sant’ana, que se tornou a padroeira do Estado de Goiás.
        O arraial passou a Vila Boa, lembrando o patronímico Bueno do Bandeirante (bom em espanhol) e, neste 26 de Julho, comemora 292 anos, com realização de grandes solenidades inclusive a tradicional instalação do governo, através da transferência simbólica da capital, a título de resgate histórico.

      Na década de 1970, em Goiânia, referindo-se ao Estado de Goiás e à fundação da sua antiga Capital, o conhecido pensador espírita Francisco Candido Xavier, dotado de faculdades paranormais, escreveu, durante um transe metapsíquico diante das câmeras da televisão Anhanguera, um belo poema, cuja autoria foi atribuída ao poeta, historiador, escritor e deputado Antônio Americano do Brasil, falecido em 1932, onde aparece até mesmo a sua assinatura com acentuada semelhança à que sempre usou durante a existência.

      Tal fenômeno conhecido como psicografia, na concepção espirita, é tido pelo padre Jesuíta Quevedo como um fato de natureza parapsicológica. No ano de 1926, nas cidades austríacas de Graz e Braunau, onde nasceu o desastrado líder nazista Adolfo Hitler, vários padres Jesuítas, inclusive o brasileiro descendente de alemães , Huberto Rohden internacionalmente conhecido, e o português Raul Machado, fizeram grandes pesquisas nesta área com a médium Maria Silbert, de formação católica , que frequentava a sociedade de assuntos metapsíquicos  em Londres, e concluíram existir algo muito importante na força do subconsciente do ser humano  capaz de grandes prodígios.

Os ilustres pesquisadores, secretamente, escreveram o primeiro verso de os “Os Lusíadas” num papel, a seguir posto por eles em um envelope, que foi lacrado. Perguntada sobre o seu conteúdo, respondeu a médium: Está escrito—“As armas e os barões assinalados”.

      Seja como for, comunicação espiritual, força do subconsciente ou algum dos dons, que o próprio apóstolo Paulo enumera na primeira carta aos Coríntios (C.12, vv. 4-11), nenhum poeta é capaz no improviso de uma entrevista diante das câmeras de televisão, escrever um majestoso soneto de versos alexandrinos (12 silabas, com acentuação tônica predominando na 6º e 12º).

      Bernardo Ellis, o maior escritor goiano que foi membro da Academia Brasileira de Letras, radical descrente em comunicações espirituais, afirmou que o poema tinha o estilo e as características de Americano do Brasil, até mesmo quanto ao desempenho da arte literária da poesia, que não era tão primorosa como na atividade em prosa, ou seja: ótimo prosador e não muito bom poeta.

      Eis o soneto Goyaz, escrito na grafia primitiva com “Y” e “Z”.

Contemplo-te Goyaz, na fé que te abençoa! ...
Lembro Manoel Correia, o império dos Goyazes,
Os dois Batholomeus nos prodígios que fazes,
O arraial de Sant’anna erguendo a Vila Boa! ...

Cresce a vida a brilhar no tempo que se escoa...
Descortinas, por fim, as riquezas que trazes,
E a civilização, com teus filhos audazes,
Conquista nova altura em que se aperfeiçoa! ...

Venho sorver-te a paz, na vastidão florida,
Bendizer-te, Goyaz, terra de minha vida,
No amor com que te exalço o trabalho fecundo! ...

No planalto feliz, onde a luz se te expande,
Guardas o coração do Brasil nobre e grande,
A Nação do Evangelho e Coração do Mundo! ...

Vivaldo Jorge de Araújo, ex-professor de História e Língua Portuguesa do Lyceu de Goiânia, é escritor e procurador de justiça aposentado do Ministério Público do Estado

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