domingo, 21 de julho de 2019

IMPUNIDADE E FATALISMO




As temperaturas sobem, o vento basta soprar um pouco mais forte, e é fatal como o destino; aí temos essa monstruosidade, esse crime horrendo, que são os incêndios. Sim, crime horrendo! São florestas, animais, pessoas, são sistemas ecológicos completos, é a paisagem, tudo destruído. Fica a desolação.
Desta vez já foi no Algarve (Aljezur), e agora é parte do distrito de Castelo Branco a mais fortemente flagelada. Amanhã, poderão ser também outras zonas deste martirizado país. Que, recorde-se, é de longe, o mais afetado por esta calamidade na região onde nos situamos.
Já estamos todos marrecos de ouvir falar nas altas temperaturas, no vento, no descuido, na desertificação do interior, na falta de asseiros, na deficiente limpeza de bermas das estrada. Claro que deixei para o fim a mais grave de todas as causas: o crime. O crime puro e duro. Ontem à noite não vi televisão, mas tenho ouvido noticiários na rádio e vi/ouvi agora um vídeo no Face Book em que o presidente da câmara de Vila de Rei, Ricardo Aires, falava em 4 ou 5 pontos de fogo simultâneos que transformaram a sua terra (e outras limítrofes) num inferno. E, indignado, desabafava; BASTA!
Pois é, caro compatriota presidente, deveria bastar! Mas, infeliz, desgraçada e fatalmente, não basta. E não basta, porque para além de todas as causas acima citadas, há a impunidade. A começar pela moldura penal baixíssima aplicada aos pouquíssimos criminosos que são apanhados, e nem isso, aos muitos que o não são. Mas a impunidade não se deve apenas ao Poder Legislativo! Deve-se também ao Executivo. E, sobretudo, deve-se aos partidos políticos que os influenciam. Finalmente, deve-se a todos nós, povo, que os formamos, neles votamos, e bem, uma coisa e outra, mas não os alteramos. Pelo menos neste importantíssimo caso concreto. Lamentamo-nos é muito! Daí, falar nesse sentimento tão nosso, tão negativo, o fatalismo.
Francisco Ramalho
Corroios, 21 de Julho de 2019


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