As
temperaturas sobem, o vento basta soprar um pouco mais forte, e é
fatal como o destino; aí temos essa monstruosidade, esse crime
horrendo, que são os incêndios. Sim, crime horrendo! São
florestas, animais, pessoas, são sistemas ecológicos completos, é
a paisagem, tudo destruído. Fica a desolação.
Desta
vez já foi no Algarve (Aljezur), e agora é parte do distrito de
Castelo Branco a mais fortemente flagelada. Amanhã, poderão ser
também outras zonas deste martirizado país. Que, recorde-se, é de
longe, o mais afetado por esta calamidade na região onde nos
situamos.
Já
estamos todos marrecos de ouvir falar nas altas temperaturas, no
vento, no descuido, na desertificação do interior, na falta de
asseiros, na deficiente limpeza de bermas das estrada. Claro que
deixei para o fim a mais grave de todas as causas: o crime. O crime
puro e duro. Ontem à noite não vi televisão, mas tenho ouvido
noticiários na rádio e vi/ouvi agora um vídeo no Face Book em que
o presidente da câmara de Vila de Rei, Ricardo Aires, falava em 4
ou 5 pontos de fogo simultâneos que transformaram a sua terra (e
outras limítrofes) num inferno. E, indignado, desabafava; BASTA!
Pois é, caro compatriota presidente, deveria bastar! Mas, infeliz,
desgraçada e fatalmente, não basta. E não basta, porque para além
de todas as causas acima citadas, há a impunidade. A começar pela
moldura penal baixíssima aplicada aos pouquíssimos criminosos que
são apanhados, e nem isso, aos muitos que o não são. Mas a
impunidade não se deve apenas ao Poder Legislativo! Deve-se também
ao Executivo. E, sobretudo, deve-se aos partidos políticos que os
influenciam. Finalmente, deve-se a todos nós, povo, que os formamos,
neles votamos, e bem, uma coisa e outra, mas não os alteramos. Pelo
menos neste importantíssimo caso concreto. Lamentamo-nos é muito!
Daí, falar nesse sentimento tão nosso, tão negativo, o fatalismo.
Francisco
Ramalho
Corroios,
21 de Julho de 2019
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