quarta-feira, 23 de outubro de 2019


É fartar, vilanagem!...


Naquele tempo que seguiu à nossa revolução democrática, quando começou a emergir toda a casta de reaccionários “bem pensantes”, com a cobertura de jornais como “O Diabo” e “A Rua”, os políticos e militares envolvidos na situação que se vivia eram objecto das mais imbecis anedotas, como aquela que dizia que Otelo, numa visita à Suécia, se gabara de que a revolução portuguesa já tinha conseguido acabar com os ricos, ao que lhe terão respondido que mais importante era acabar com os pobres...


Devo dizer que nunca senti nem ponta de inveja de quem é rico, porque sempre me bastou ter o suficiente para viver com dignidade; o problema coloca-se com aquela riqueza obscena, que é tirada à boca dos pobres, com a conivência dos governos, que cedem facilmente à chantagem da máquina capitalista mundial, com todo o tipo de ameaças, como fuga de investimentos para outros “paraizos” e aumentos nos juros da dívida, o que leva as autoridades a dar ao capital tudo o que pede, quer na brandura dos impostos quer na atribuição de subsídios para se instalarem.

Diz a notícia do JN que Portugal vai ter um aumento do número de milionários na ordem dos 50% e que, a nível global, segundo o “Credit Suisse”, prevê-se que surjam  16 milhões deles num futuro próximo; e se, quando era jovem, quem tivesse mil contos já era milionário, agora são precisos alguns milhões de euros para ser considerado da familia “nova rica”...


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. O problema da redistribuição da riqueza continua em aberto. Os paraísos fiscais são um entrave grave. A cidadania ajuda, é necessário socorre-la e animá-la.

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  2. Não só não tem havido redistribuição da riqueza como ela é desviada no sentido contrário, como aconteceu aqui durante a vigência do anterior Governo em que, nos primeiros anos do seu consulado, desviou do trabalho para o capital cinco mil milhões de euros, análise publicada ainda nesse tempo...

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