Depois de votar, e "fazendo horas" para saber dos resultados, aproveitei para ler um opúsculo que comprei há dias. Tem por título " Porquê a Guerra?" e consta dum prólogo de Filipe Pathé Duarte (FPD), seguido duma troca de cartas ( uma para cada lado ), em 1932, entre Albert Einstein (AE) e Sigmund Freud (SF), sendo a primeira de AE, convidando SF para uma palestra-debate sob o mote que dá o título a este livro. Num aparte, a construção deste último é curiosa porque o prólogo ocupa metade daquele, analisando e inferindo daquilo que... só vamos ler a seguir.
Nada do que dizem os dois cientistas, um físico e o outro psicólogo, tem muita novidade mas expressa e relembra erudição cultural na primeira pessoa e percute o meu cérebro como um lembrete necessário. AE num certo "optimismo preocupado" e SF num "cepticismo antropológico". Devemos ouvi-los pois, nos seus campos de investigação.... ambos vieram a ter razão. O primeiro, como se viu há dias, com o episódio do buraco negro a engolir a estrela e o segundo com o que vamos vendo da "vitória" do instinto da "violência primordial" ( que é uma das "pernas" da tríade de Clausewitz) na sociedade mundial, que só falta ser mapeado na neurobiologia, como tantas outras cognições e emoções já descobertas. Onde eles se cruzam é na mais valia da aculturação. AE - a "boa pessoa" - acreditando mesmo que haveria uma instituição supra-nacional que imporia o que chamamos de "bom senso" ( prefiro "senso comum") e SF - o "advogado do diabo" - duvidando disso pois os instintos são "eternos". Mais uma vez. o caminho faz-se caminhando, embora... para onde? Até hoje temos vivido melhor, mas os natruralistas já falam em "revolta da natureza" ( não partilho ) e os hiper religiosos de "castigo divino" ( igualmente, ou menos ainda). Eu, caminhando, vejo mais um ciclo da vida no mundo, sempre marcado pelos instintos primordiais mas aculturados num devir contínuo que ....
Fernando Cardoso Rodrigues
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