sábado, 19 de outubro de 2019

Reitores



O reitor da Universidade de Coimbra, na altura em que no top das notícias estava a problemática da crise climática e ambiental, entrou no jogo e anunciou que nas cantinas da universidade vai deixar de se comer carne de vaca.

O reitor da Universidade do Porto, em artigo de opinião no Jornal de Notícias, manifestou-se contrário a qualquer planificação na formação e cursos do ensino superior, que considera uma visão sovietizante, por sobrepor o interesse colectivo ao individual.

No âmbito da carne de vaca, talvez a atenção do reitor de Coimbra se devesse centralizar em ajudar a contrariar os modelos de produção intensiva de carne e a muita que importamos, defendendo a nossa produção local e as raças autóctones para abastecer as cantinas e não privar os estudantes que gostem, de comer um bife.

É discutível que o reitor do Porto defenda que na organização do ensino superior, não exista qualquer preocupação com áreas e actividades onde exista carência técnica especializada; e, também, na criação de condições para que licenciados e doutorados exerçam e concretizem os ensinamentos recebidos.  

Ausente das intervenções dos reitores esteve a limitação de acesso ao ensino superior e as dificuldades que impedem tal, como as de ordem económica, onde se incluem os baixos salários das famílias, as propinas, as deslocalizações e alojamento de estudantes. Também a precariedade e outros os problemas que afectam a classe docente foram ignorados.

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