quinta-feira, 3 de outubro de 2019

"O silêncio dos outros"

Confesso que não sabia da sua existência, mas recomendo-o vivamente. É de Pedro Almodovar  e passou anteontem na TVCine2, o filme-documentário com o título em epígrafe. Não tem mais de um ano e retrata toda uma luta de alguns que viveram a ditadura criminosa ( passe a redundância) franquista, na pele ou lembrança de seus familiares e amigos, em defesa da "memória histórica" e contra a Lei da Amnistia de 1977. Por coincidência, há dias, o Supremo Tribunal de Espanha "deu andamento" à decisão do governo actual de mandar exumar Francisco Franco do "santuário" do Vale dos Caídos. Realmente "o caminho faz-se caminhando". Mais, soube hoje, ao ouvir a Antena1 - outra coincidência - que a autoria do "isto anda tudo ligado" que muitos de nós ( eu sou um deles) usam em jeito de "slogan" sentido é da autoria do poeta e jornalista Eduardo Guerra Carneiro e também aqui se aplica. Adoro estas coincidências que ligam as coisas no tempo e na minha cabeça. Acrescentarei que sinto  como uma "benção" cultural e emocional, esta " lufada de ar fresco" - o filme e a retirada dos ossos de Franco - em tempos (também) coevos  que tudo fazem para desdizerem a justeza da luta  daqueles espanhois persistentes que vi no documentário e nunca mais esquecerei.

Fernando Cardoso Rodrigues

2 comentários:

  1. O Supremo decidiu mas os fascistas não param de estrebuchar; parece que o Governo tem caminho livre, mas um juíz franquista, Yusty Mastarreche, que tinha dado à Câmara carta branca para não libertar licença para se mexer na sepultura, continua a encravar a coisa, pedindo ao Supremo uma aclaração, tudo com a intenção de atrasar o processo para lá das eleições, na esperança que a Direita ganhe e volte tudo à primeira forma...

    Entretanto, Isabel Diaz Ayuso, presidente da Comunidade de Madrid, fez um discurso que soou como um apêlo a que aconteça o que diz não querer: "Ahora Franco, qué será lo siguiente? Em el 36 ardieron iglesias; vamos a evitar para que non ardan las parróquias de barrio"! Ora isto tem tudo para que os mais ardorosos fascistas incendeiem mesmo as igrejas para fazer caír o odioso na Esquerda...

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    1. ... como balearam as "belas" estátuas de homens desnudos e sofridos que foram construídas num morro espanhol e que, mesmo mortos e de pedra ainda sofreram a sanha! Ou sofrerem como aquele homem que vive numa rua que, para além ter o nome dum torturador, é onde vive o "homem" que o seviciou na cadeia!

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