O último dos quatro cavaleiros...
Freitas do Amaral, um senhor na política, era o tipo de
pessoa de quem eu gostava, independentemente de ideologias; todos os
dias vemos políticos a quem falta aquele mínimo para expor os seus argumentos sem
enganos nem agressões, de forma a cativar os ouvintes que não estejam já
convencidos, mas Diogo Freitas do Amaral era de outra estirpe. Sofreu na pele
as pulhices de Cavacos e Portas, figurões que as circustâncias alcandoraram a
lugares cimeiros mas que, nesses lugares, nunca demonstraram estofo para mais do
que vulgares figurantes.
Em sua homenagem, permito-me transcrever algumas frases do
livro anexo, escrito há mais de trinta anos:
“Passados os traumas iniciais, as relações entre Portugal e
os novos Estados de expressão portuguesa têm melhorado e, nalguns casos, podem
mesmo considerar-se excelentes”.
“Hoje somos uma nação em paz e um país que vive em
liberdade. Não é a primeira vez que temos essa sorte: foi em liberdade e em
democracia que Portugal viveu a segunda metade do século XIX e nos vinte e seis
anos iniciais do século XX, primeiro em monarquia e depois em república”.
“Durante meio século Portugal conheceu a ditadura. Até que,
em 1974, o 25 de abril restaurou a democracia, não sem que antes a esquerda
totalitária tivesse tentado uma nova ditadura, de sinal contrário àquela que
fora derrubada”.
“A sociedade portuguesa é hoje uma sociedade aberta e
pluralista, onde o Estado se encontra submetido à lei e ao direito, onde os tribunais
são independentes do poder político e onde este pertence ao povo”.
“As ideias e os interesses podem exprimir-se claramente à
luz do dia e podem competir entre si através das formas legais adequadas. O
sindicalismo afirma-se autonomamente.Não há censura. Os partidos políticos
existem e funcionam”.
“Nos séculos XIX e XX, Portugal tem oscilado entre períodos
de governo fraco em democracia e períodos de governo forte em ditadura. A
solução para Portugal é um governo forte em democracia”.
Amândio G. Martins
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.