sábado, 5 de outubro de 2019


O último dos quatro cavaleiros...


Freitas do Amaral, um senhor na política, era o tipo de pessoa de quem eu gostava, independentemente de ideologias; todos os dias vemos políticos a quem falta aquele mínimo para expor os seus argumentos sem enganos nem agressões, de forma a cativar os ouvintes que não estejam já convencidos, mas Diogo Freitas do Amaral era de outra estirpe. Sofreu na pele as pulhices de Cavacos e Portas, figurões que as circustâncias alcandoraram a lugares cimeiros mas que, nesses lugares, nunca demonstraram estofo para mais do que vulgares figurantes.

Em sua homenagem, permito-me transcrever algumas frases do livro anexo, escrito há mais de trinta anos:

“Passados os traumas iniciais, as relações entre Portugal e os novos Estados de expressão portuguesa têm melhorado e, nalguns casos, podem mesmo considerar-se excelentes”.

“Hoje somos uma nação em paz e um país que vive em liberdade. Não é a primeira vez que temos essa sorte: foi em liberdade e em democracia que Portugal viveu a segunda metade do século XIX e nos vinte e seis anos iniciais do século XX, primeiro em monarquia e depois em república”.

“Durante meio século Portugal conheceu a ditadura. Até que, em 1974, o 25 de abril restaurou a democracia, não sem que antes a esquerda totalitária tivesse tentado uma nova ditadura, de sinal contrário àquela que fora derrubada”.

“A sociedade portuguesa é hoje uma sociedade aberta e pluralista, onde o Estado se encontra submetido à lei e ao direito, onde os tribunais são independentes do poder político e onde este pertence ao povo”.

“As ideias e os interesses podem exprimir-se claramente à luz do dia e podem competir entre si através das formas legais adequadas. O sindicalismo afirma-se autonomamente.Não há censura. Os partidos políticos existem e funcionam”.

“Nos séculos XIX e XX, Portugal tem oscilado entre períodos de governo fraco em democracia e períodos de governo forte em ditadura. A solução para Portugal é um governo forte em democracia”.


Amândio G. Martins

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