“Semelhante peste nunca vi”!...
...Dizia à reportagem JN uma idosa da aldeia de Sistelo,
Arcos de Valdevez, perante a “invasão” de turistas a que a sua terra natal vem
assitindo, depois de ter ganho o concurso “7 Maravilhas de Portugal”; e eu
compreendo que, num espaço não muito grande, onde toda a gente se conhece pelo
nome, encontrarem-se de repente nas ruas com montes de gente estranha a toda a
hora, disparando sem “licença” as máquinas fotográficas, não seja muito
agradável, sobretudo para os mais antigos, como a senhora de 85 anos que disse
não gostar nada de fotografias.
Com cerca de trezentos habitantes, a maioria envelhecidos, com só dois nascimentos nos
últimos dez anos e casas abandonadas, fica claro que, apesar das suas belezas
naturais, Sistelo não tardaria a juntar-se a tantas outras aldeias sem gente
por esse país fora, não fôra a recente promoção e aproveitamento das
características que, como diz o presidente da Junta de Freguesia, pode ser
exemplo para o país de como combater a desertificação.
É que não é retirando às populações do interior os poucos serviços
públicos de que ainda beneficiavam, mas sabendo tirar partido das
características únicas do território interior e investindo na criação de estruturas para
receber os visitantes que queiram ficar mais tempo, que se criarão empregos
para segurar as populações, desafogando os grandes centros já entupidos...
Amândio G. Martins
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