segunda-feira, 14 de outubro de 2019


Precisam-se políticos com “mais classe”...


Ouvi o cardeal António Marto abordar em Fátima a crescente abstenção nas eleiçoes, por importantes que sejam, apelando para uma classe política com mais classe, de forma a despertar mais confiança e interesse participativo das populações, sem o que a democracia ficará cada vez mais debilitada.

E eu concordo totalmente com o cardeal, mas não é só a classe política que precisa rever a sua forma de agir; de facto há outras classes, como a dos magistrados, nos seus vários escalões, que têm muito que explicar quanto às fugas de informação sobre processos à sua guarda, das quais nunca se encontram os responsáveis.

Mas dos vizinhos espanhóis tambem não nos chegam bons exemplos: ouvi há já uma semana, na Antena 1, que o Supremo Tribunal espanhol havia deixado caír as acusações de rebelião contra os políticos catalães presos, que lhes acarretariam penas muito elevadas, e vi a notícia também nos meios de comunicação espanhóis, só que a leitura da sentença só hoje, outubro 14, deve ser conhecida, e a fuga de informação de um Tribunal Supremo tem motivado estupefacção, a começar pelo governo.

Depois de um julgamento longo de quatro meses, em que foram ouvidas 400 testemunhas, aqueles independentistas deverão ser condenados por “sedição e malversação de fundos públicos”, que lhes dá penas de prisão bastante mais reduzidas, prevendo-se que serão perdoadas se o PSOE puder formar um governo forte, a partir das eleiçoes de novembro 10...


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Não vou dizer que o Amândio não tenha razão. Mas, se começarmos a "puxar o fio", talvez também um clero novo (não lhe chegará a "classe"...) e, já agora um povo abstencionista mais "culpado" e menos "coitadinho" pelas "maldades" dos maus políticos...
    Nota: soube, agora mesmo, que Oriol Junqueras foi condenado a 13 anos de prisão. A maior pena atribuída.

    ResponderEliminar
  2. Os políticos catalães que querem a independência não têm consigo a maioria da população; e quando se "atiraram" para um referendo que a Constituição espanhola lhes não permitia criaram ainda mais anticorpos. Ouvi pela TV alguns pedaços do depoimento de Oriol Junqueras no julgamento que demonstram "ingenuidade": "Lo que hemos hecho no és delito. Votar no és delito, impedirlo si, lo és". Estava a dizer em julgamento que quem cometeu delito foi o Estado espanhol, que lhes impede a independência por ser inconstitucional...

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.